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sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

ORIGEM DA FAMÍLIA RODRIGUES TORRES - parte III


Mário Rodrigues Torres e Eulalina de Campos Amaral Rodrigues Torres_Eulá


(A) O encontro, namoro e o casamento de Mário e Eulalina_Eulá


MÁRIO RODRIGUES TORRES, nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 7 de fevereiro de 1891, filho de Agostinho José Rodrigues Torres e de dona Aurora da Silva Torres.
A história:  
Por volta de 1910 / 1911, Faezinho (Raphael de Moura Campos Filho), tio da Vovó Eulá, foi para o Rio de Janeiro terminar seu curso de Engenharia, que havia iniciado na POLI em São Paulo, morando  na Pensão de dona Raquel Rodrigues Torres Lemgruber, viúva de Laurindo Augusto Lemgruber, tia do Vovô Mário, irmã de seu pai, Agostinho José Rodrigues Torres. Tio Faezinho, como era conhecido, começou a namorar Carlota Rodrigues Torres (tia Carlotinha), irmã do Vovô Mário e, após algum tempo, convidou o Vovô Mário para conhecer a Fazenda de seu pai, o Coronel Raphael Augusto de Moura Campos, no município de São Manuel, São Paulo.

EULALINA DE CAMPOS AMARAL RODRIGUES TORRES, era professora e havia sido, junto com sua mãe e irmãos, recentemente abandonada por seu pai Antonino do Amaral Vieira, então, com eles foi morar na Fazenda de seu avô, o Coronel Moura, onde lecionava.
Foi essa Fazenda que Vovô Mário, tinha vindo do Rio de Janeiro, para conhecer, juntamente com seu cunhado (tio Faezinho), namorado de sua irmã Carlotinha, onde conheceu Vovó Eulá e começaram a namorar firme. Era a Fazenda do avô da Vovó Eulá, onde ela morava e já lecionava.
No ano de 1912, tio Faezinho casou-se com a irmã do Vovô Mário, Tia Carlotinha e passaram a morar em São Manuel, cidade vizinha de Botucatu.
Então, em 1913, Vovô, ao terminar seu curso de Direito, mudou-se para Botucatu, montou sua banca de advocacia e começou a exercer a política.
No dia 11 de junho de 1914 casaram-se Mário e Eulalina e, no mesmo dia, sua irmã Iracema, Tia Irá, como era chamada, com o professor Gastão Pupo. A cerimônia foi realizada na residência do Coronel Raphael Augusto de Moura Campos, avô da Vovó Eulá e da Tia Irá, que era situada à rua Cesário Alvim, hoje rua João Passos (ao lado da Praça Coronel Moura), em Botucatu. Os dois novos casais continuaram morando com o Coronel Moura e seus filhos foram nascendo, quase que ao mesmo tempo, sendo verdadeiros primos-irmãos, pois, criados juntos, nesse mesmo velho Casarão.
Em 1930 a casa da rua Áurea, hoje, rua Doutor Cardoso de Almeida, ficou pronta. Então, Vovó Eulá, Vovô Mário, cinco de seus seis filhos, Cecília, Rubens, Maria (de Lourdes), Lúcia (a Dinda) e Mário Filho (Filhinho), bem como, a avó de Vovó Eulá, Vovó Nhazinha, mulher do Coronel Moura, foram todos lá morar, onde nasceu o caçula, Agostinho José (Neto), em setembro de 1931. Vovó Nhazinha faleceu em 1933, nessa casa.
(a foto do Vovô Mário foi feita no ano de 1966, por Leônidas Galvão de Avellar Pires, neto de tia Luiza, da irmã da Vovó Eulá).


(B)  A advocacia e a política de Mário Rodrigues Torres


Mário formou-se advogado pela Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro (foto), no ano de 1913 e, nesse mesmo ano, mudou-se para a cidade de Botucatu, onde montou sua banca de advocacia e passou a participar e exercer a política.
Como advogado, sempre teve muito zêlo, consideração e carinho especial pelos presos, os quais visitava diariamente na Cadeia Pública, mesmo depois de bem velho e com problemas de flebite nas pernas.
Advogou por quase 60 anos e tinha muitos clientes até o dia de sua morte, causada por um enfarte fulminante, quando estava em sua residência, que era logo acima de seu escritório de advocacia. Ele foi Presidente da 25ª Subsecção da Ordem dos Advogados do Brasil, durante os anos de 1963 até 1968, foi Vice-Presidente durante os anos de 1941 e 1942 e Primeiro Secretário, nos anos de 1939 e 1940.
Por mais de 30 anos foi Procurador Municipal de Botucatu e também, exerceu cargos públicos de real importância.
Sempre praticou política de oposoção. Foi Presidente do Movimento Democrático Brasileiro - MDB, hoje, Partido do Movimento Democrático Brasileiro - PMDB.


Foi Vereador à Câmara Municipal de Botucatu por diversas vezes e, no ano de 1936, foi Presidente da Casa.Foi Prefeito Municipal de Botucatu por duas vezes. Em junho de 1946, o então Prefeito, Dr. João Maria de Araújo Júnior, pediu demissão, cedendo seu posto ao Dr. Mário (vovô) e, em outra oportunidade, substituiu o engenheiro Dr. Joaquim do Amaral Gurgel, irmão de sua sogra, Anna Cândida de Campos e filho do Coronel Raphael Augusto de Moura Campos.
Na época em que ele esteve à frente do executivo, ocorreram vários fatos marcantes, tais como: A cidade contava com três Bibliotecas, a da Liga Estudantina, a da Escola Normal e a do Centro Cultural de Botucatu; Foi incentivador da fundação do Sindicato dos Professores de Botucatu; Por causa do estado de beligerância, época da Segunda Grande Guerra Mundial (1939 / 1945), a cidade sofreu muito com a falta de farinha, motivo pelo qual ele incentivava os proprietários de moinhos a produzirem fubá, para suprir a falta de farinha de trigo, pois, a tabela de consumo diário, imposta pela Prefeitura, era a seguinte: 1 pessoa recebia 125g; 2 a 4 pessoas, 250g; 5 a 8 pessoas, 500g; 9 a 10 pessoas, 750g; e 11 ou mais, 1.000g; A cidade sofreu muito com o falecimento de Dom Frei Luiz Maria de Santana, 3º Bispo de Botucatu, no dia 5 de maio de 1946.
Através da Resolução nº 122, do dia 17 de dezembro de 1963, da Câmara Municipal de Botucatu, vovô Mário recebeu o título de CIDADÃO BOTUCATUENSE, pelos relevantes serviços prestados à cidade.
(foto tirada no período da Presidência da Câmara Municipal de Botucatu - 1936-1937)


(C) A profissão, as habilidades manuais, as amizades e a devoção católica de Eulalina_Eulá


Eulá nasceu na cidade de São Manuel / SP, em 4 de fevereiro de 1982, filha de dona Anna Cândida de Campos e de Antonino do Amaral Vieira.
Ela sempre foi professora e, só parou de lecionar com o advento de sua aposentadoria, como tal. Era tão dedicada  a Educação que, parte de sua aposentadoria era destinada a Bolsas de Estudo, que doava aos que necessitavam, junto às Escolas Particulares; e, também, se às conhecidas "Caixas", de Escolas Públicas, da cidade de Botucatu, onde morava.
Vovó Eulá era muito bonita e sempre muito elegante, pois, vestia-se muito bem e estava sempre de unhas feitas e cabelos penteados e pintados. Foi esposa paciente, mãe zelosa, sogra acolhedora. Ela sempre fez questão de reunir filhos e netos, em datas especiais, na elegante Sala de Jantar de sua casa, quando jamais faltou o tradicional peru, feito por dona Melita, uma afamada cozinheira da cidade.
Ela era uma mulher muito culta, pois lia bastante e sempre se atualizava social, econômica e politicamente. Era conhecedora de memoráveis Romances de Amor e encantadores Contos de Fada, os quais narrava todas as noites, numa espécie de serão, aos seus filhos e depois aos netos.
Tinha muitas amigas, em especial, suas irmãs Iracema (Irá) e Luíza (foto ao lado - de Leônidas Galvão Avellar Pires) e sua cunhada Maria Lídia. Também, tinha diversas colegas professoras, atuantes e aposentadas. Quase todos os dias, reunia-se com todas e tomavam o Chá da Tarde, quando eram servidos lanches assados de pão, queijo e tomate, feitos por Vovó Eulá; torradas; xícaras de chá mate e café; biscoitos de polvilho; tortas e roscas doces; etc. Foi numa dessas reuniões que, Vovó Eulá, já com mais de 70 anos de idade, após muita insistência de uma de suas amigas, experimentou e gostou demais de "presunto cozido". Tal fato a fez lamentar-se, durante muitos anos, nunca ter comido essa iguaria e, não se cansava de dizer que havia perdido longos anos dessa "Delícia dos Deuses".


Vovó era católica fervorosa, sempre ia à Igreja e assistia às missas, especialmente aos domingos, sempre levando pelas mãos, um de seus netos.
Vovó Eulá era exímia, experiente, rápida e muitíssimo caprichosa crocheteira. Ela fez um casaquinho em lã branca, usando o ponto Pipoca, para cada um dos netos que nasceu. Fez, também, em linha, bem fina e em forma de estrela, inúmeros e lindos jogos de toalhas de centro de mesa de jantar e mesinhas de sala, bem como, de bandeja, dentre outras, para enfeitar sua casa e as de suas filhas, noras, netas e amigas. Ela usava uma argolinha de camurça (couro virado) cinza claro, no início do dedo indicador da mão esquerda, para que a agulha de crochê, que era bem fininha, não a machucasse. Vovó ficava, durante horas, sentada numa grande e confortável poltrona de couro, na Sala de Estar, em sua casa, fazendo tais maravilhosas peças artesanais, sem se cansar jamais.
Ela foi Presidente das entidades beneméritas católicas da Diocese de Botucatu, "Ação Católica" e "Confraria do Rosário" (Foto ao lado, Catedral Metropolitana de Botucatu, antiga Diocese).
Tinha enorme amizade por Dom Frei Henrique Golland Trindade (4º Bispo e 1º Arcebispo desta Diocese), quem a tratava com especial e extrema consideração, por sua devoção ao catolicismo e benemerência. Dom Henrique, como era conhecido, sempre frequentava sua (da vovó) residência, especialmente, em dias de festas e comemorações.
Vovô Mário faleceu no dia 25 de agosto de 1972 e Vovó Eulá faleceu no dia 27 de dezembro de 1975. (algumas partes do texto são de autoria de Olavo Pinheiro Godoy).


MÁRIO e EULALINA_Eulá tiveram seis filhos: Rubens, Maria de Lourdes, Mário Filho e Agostinho José, já falecidos e Lúcia e Cecília. Todos, com filhos, netos e bisnetos. 


...continua em ORIGEM DA FAMÍLIA RODRIGUES TORRES  - parte IV (1) a (6)